domingo, 29 de junho de 2008

Em ciências ...

Gostaria de iniciar falando dos textos:

· (Tele) natureza e a construção do natural: um olhar sobre imagens de natureza na publicidade. (Marise BassoAmaral)
· Repensando o ensino de Ciências a partir de novas histórias da ciência (Russel Teresinha Dutra da Rosa)

Estes textos chamam nossa atenção para tudo aquilo que durante nossa vida toda foi nos passado como algo comum, natural, legítimo e até inofensivo, mas que na verdade representam formas ferozes e contundentes de destruição, dominação e exploração do homem sobre o homem e a natureza.

“Isso significa problematizar o óbvio, suspeitar daquilo que já nos precede, que é tido como certo, como natural. Enfim, passar a questionar aquelas representações historicamente e socialmente construídas que nos são "vendidas" como a realidade, como o real pelo currículo escolar, pelos livros didáticos, pelos programas de televisão, pelos documentários, pela publicidade, pelo cinema, etc. E é neste contexto que nós precisamos estar atentos às práticas de produção de sentido a que nós e nossos alunos estamos envolvidos cotidianamente na escola, nas instituições públicas, nos shopping centers, nos cinemas, na televisão, no folclore, etc.”
(Marise BassoAmaral)

Estes textos também marcam a convocação dos educadores na luta para mudar esta concepção da natureza como recurso e propriedade.

‘É importante, então, que os educadores dediquem atenção às políticas de representação de natureza engendradas pelos meios de comunicação. A crise ambiental em que estamos envolvidos não requer apenas soluções técnicas ou epistemológicas, requer também o reconhecimento de que a construção de um novo olhar e uma nova atitude em relação à natureza passa pela discussão/desconstrução das representações hegemônicas de natureza construídas em diferentes instâncias culturais, como a escola e a mídia, que continuam a nos oferecer uma natureza objeto, uma natureza sujeita à exploração e dominação humana em nome do desenvolvimento tecnológico e cultural de uma sociedade.”
(Marise BassoAmaral)



Para auxiliar e demais membros da sociedade interessados em mudar este quadro e tomar atitudes em pro da humanidade, da natureza e da sociedade, eles mostram as possibilidades e os caminhos a seguir.

“Para um ensino de Ciências que considere a natureza dos processos históricos de produção de conhecimentos científicos, é necessário repensar os conteúdos hoje propostos pelos currículos escolares e pelos livros didáticos. Além disso, pelo fato de dispormos de um grande volume de informações novas e que se tornam disponíveis no espaço da mídia, por exemplo, precisamos realizar uma seleção das prioridades. Quais critérios podem orientar a seleção necessária dos conteúdos escolares?”
(Russel Teresinha Dutra da Rosa)


Avançando nestas novas perspectivas e concepções nos estudos de ciências, realizamos duas atividades que envolvia estudos teóricos e experiências com nossos alunos em sala de aula que foram uma delícia e gostaria de contar para vocês!
1. Já havia brincado muito em minha infância de projetar monstros nas paredes para assustar meus irmãos pequenos nos dias em que faltava luz. É claro também que sempre tive consciência da necessidade de luz para haver sombra (que na época citada era de velas). Também já havia utilizado as sombras em trabalhos de sala de aula, mas sempre como um recurso e nunca como um conhecimento científico.
A experiência foi divertidíssima e cheia de descobertas, não só para as crianças, mas principalmente para mim, que pude perceber o quanto eles são observadores e criativos.

2. O segundo trabalho estudado e que vem sendo desenvolvido em minha sala de aula, fala sobre os ciclos da natureza. Foi uma grande conhecidência, pois, uma curiosidade de sala de aula havia provocado o projeto e no PEAD a professora propunha a pesquisa sobre o tema. O fato é que meus trabalhos profissionais e escolares se encaixaram de uma maneira que só trouxe benefícios, não só para mim, já que estando melhor equipada de conhecimentos e técnicas, todos ganham.
O trabalho referido tem o nome de Conhecendo à lua, descobrindo a terra, e tem como objetivo geral estimular a curiosidade, desenvolver o espírito investigativo e promover momentos de descoberta, alegria e união entre os saberes formais e experiências cotidianas.
Várias pesquisas e experiências foram feitas juntamente com os alunos e familiares e estamos avançando nas descobertas.
Esta semana, realizamos duas experiências: Aspecto das nuvens e formação das chuvas. Todos adoraram e pediram para repetir, mas um menino ao ser solicitado opinião, com expressão de desagrado falou:
“-Chuva eu conheço, eu queria ver neve!”
Na sala de aula, sempre tem alguém querendo saber mais do que foi planejado e isso não é um problema, é simplesmente a necessidade sugerida por Russel Teresinha Dutra da Rosa:

“Quando nos ocupamos de temáticas, de interesse de nossos estudantes e/ou emergentes na mídia, nos defrontamos com a necessidade de transpor as fronteiras disciplinares em que está organizado o currículo escolar.”








Nenhum comentário: