sexta-feira, 14 de maio de 2010

SEXTA POSTAGEM

Meu assunto desta postagem é referente à sexualidade infantil e a questão da masturbação.

É sempre muito fácil tratar deste assunto e dar inúmeros conselhos quando outra pessoa é que está vivendo a situação, mas quando ocorre em nossa sala de aula, a “ parte do desenvolvimento infantil” torna-se “problema”! Não simplesmente pelo fato, que na maioria dos casos é algo comum. Mas pelas dimensões que pode atingir, quando se torna público e necessita de uma satisfação.

Ora! Se meu aluno se masturba, que culpa tenho eu?

Culpa, nenhuma! Mas responsabilidades, muitas!

Principais aspectos da teoria psicanalítica sobre a sexualidade infantil:

1. A função sexual existe desde o princípio de vida, logo após o nascimento e não só a partir da puberdade como afirmavam as idéias dominantes.

2. O período da sexualidade é longo e complexo até chegar a sexualidade adulta, onde as funções de reprodução e de obtenção de prazer podem estar associadas, tanto no homem como na mulher. Esta afirmação contrariava as idéias predominantes de que o sexo estava associado, exclusivamente a reprodução.

3. A libido, nas palavras de Freud, é a "energia dos instintos sexuais e só deles".

O professor precisa dar os devidos cuidados à criança, orientação aos alunos e ajuda as famílias, principalmente as que se sentem incomodadas por estas “atitudes” tão próximas de suas crianças, consideradas tão ingenuas. A mediação entre a escola e as famílias, deve estar baseada em certo conhecimento sobre o tema, para que seja capaz de responder positivamente as dúvidas e questionamentos.

As manifestações da sexualidade infantil, principalmente a do filho dos outros, não são consideradas normais expressões da sexualidade infantil, mas sim, um problema que precisa ser “eliminado”.

A masturbação faz parte da vida das pessoas desde a infância, mas é tabu em qualquer fase. Desde a Idade Média, incutia-se na cabeça de crianças e jovens "males" causados pela prática, como loucura, isolamento, espinhas no rosto e até pêlos nas mãos. Tudo bobagem!
Por volta dos 3 anos, a criança passa por mudanças significativas: deixa de usar fraldas, torna-se mais independente dos pais e descobre seu corpo. Nessa "exploração", ela se toca e acaba descobrindo o prazer que isso causa. "Essa fase faz parte do desenvolvimento, assim como engatinhar, andar e falar", diz Anne Lise Silveira Scapaticci, psicanalista e terapeuta familiar.
Nem por isso deve-se considerar tudo natural e permitido. É possível que a masturbação seja um problema quando é freqüente. "Pode ser sintoma de que a criança não consegue encontrar prazer nas brincadeiras e no relacionamento com colegas e adultos".

Carlos A. M. Ferreira (educador e psicanalista)

No primeiro semestre de nosso curso, uma de nossas disciplinas tratava entre outros, da sexualidade infantil e foi justamente a este semestre que me reportei, para buscar auxilio, além de outras fontes. De forma alguma poderia me basear em minha experiência profissional ou pessoal, por jamais ter me deparado com um caso que fugisse o simples toque dos genitais na hora do soninho.

Ainda penso que maior que o caso, foi o alarde em torno dele, mas me preocupei com as questões da saúde física e mental da criança, já que desconhecia as possibilidades de prejuízo desta prática na infância, que no caso, era frequente.

Dicas:

· Para você identificar se a criança está tendo um comportamento compulsivo, observe se além de masturbar-se ela apresenta outros sinais, como isolamento, dificuldade para participar de atividades em grupo e baixa auto-estima.

· Não chame a atenção da criança na frente da turma nem recrimine a masturbação. Converse com ele em particular, dê atenção e afeto.

· Se o problema persistir e você sentir necessidade de conversar com os pais, esclareça que a masturbação é um ato comum e normal, mas respeite a crença religiosa da família. Para muitas pessoas, a masturbação é considerada pecado. Nesse caso, você poderá fazer bem pouco, mas insista que recriminar pode causar danos maiores.

Silvia Maria de Freitas Adrião

Felizmente, para muitas de minhas dúvidas obtive respostas, que aliadas a minha prática e ao conhecimento da criança e do meio social a que ela pertence, será possível auxiliá-la e orientá-la, de forma a não trazer prejuízos posteriores, por motivos que fazem parte do crescimento de qualquer ser humano, por mais chocante que pareça.

Em primeiro lugar, explique que há coisas que não devem ser feitas na frente das pessoas, como cocô e xixi ou brincar com os órgãos sexuais. Mostre a diferença entre público e privado e não entre certo e errado. Recriminar pode ser desastroso, pois é possível que o garoto ou a garota acabe por misturar sentimento de prazer e satisfação com complexo de culpa. Segundo, desvie a atenção dessas crianças para os prazeres da escola, como pintar, tocar um instrumento, brincar, correr, dançar e jogar. Valorize a imagem e melhore a auto-estima delas, elogiando suas tarefas e dando-lhe atenção.

Silvia Maria de Freitas Adrião

BIBLIOGRAFIA:

· ROCHA, Sílvia. Teoria da Sexualidade Segundo S. Freud. Disponível em: http://www.fw2.com.br/clientes/artesdecura/REVISTA/Psicoterapia/teoria_sexualidade.htm

· FREUD, SIGMUND. A SEXUALIDADE INFANTIL (Parte do livro de Freud: "Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (1926) (Traduzido e publicado no Brasil pela Editora Imago). Disponível em: http://www.cefetsp.br/edu/eso/filosofia/sexualidadeinfantilfreud.html

· BARROSO. Carmem Lúcia de M.e BRUSCHINI. Maria Cristina A. Sexualidade infantil e práticas repressivas. Fundação Carlos Chagas. Disponível em: http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/cp/arquivos/509.pdf

· SEXUALIDADE INFANTIL 2 . ATIVIDADE DA ZONA GENITAL. Disponível em: http://www.portalgeobrasil.org/psico/mat/sexualidadeinfantil2.htm

· ADRIÃO, Silvia Maria de Freitas. Masturbação infantil: Como lidar com a libido de crianças de pré-escola que se masturbam na sala? Revista Nova Escola Edição 165 | 09/2003. São Paulo, SP. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/masturbacao-infantil-422840.shtml

Um comentário:

Catia Zílio disse...

Olá Salete!
Concordo contigo que este assunto ainda é considerado um tabu e que as informações que pesquisaste são importantes. Entretanto, no que diz respeito a estrutura do teu texto ele está um pouco confuso. Sugiro rever a imagem no início da postagem e o excesso de citações que não estão bem articuladas com tua escrita, de forma a deixar o texto mais claro e acessível.
Qualquer dúvida estou a disposição.
Abraços, Cátia