segunda-feira, 19 de abril de 2010

TERCEIRA POSTAGEM

Hoje, tenho muito mais a falar sobre o que preciso aprender, que realmente sobre o que aprendi.

Está sendo uma tarefa bem complicada desenvolver algum tipo de arquitetura pedagógica em minha turma de estágio. Primeiramente por que tenho diversas tarefas a cumprir, muitos prazos e pouco tempo para de fato conseguir pesquisar. Também estou tendo dificuldades na questão das crianças, elas são participativas, mas não demonstram muito interesse pelas pesquisas, logo cansam de um assunto e por elas, a maior parte do tempo passaríamos brincando livremente ou na praça. Este problema se estende as famílias, que na maioria, não auxiliam nos trabalhos de casa e perdem os materiais enviados.


A idéia da contextualização requer a participação do aluno em todo o processo de aprendizagem, fazendo as conexões entre os conhecimentos. De acordo com o MEC, “esse aluno que estará na vanguarda não será nunca um expectador, um acumulador de conhecimentos, mas um agente transformador de si mesmo e do mundo”. Trabalhando contextos que tenham significado para o aluno e possam mobilizá-lo a aprender, num processo ativo, em que ele é protagonista, acredita-se que o aluno tenha um envolvimento para além da concepção intelectual, mas também afetivo e histórico-social. Isso, de acordo com o novo currículo, seria educar para a vida. (Figueiredo, pag1).

No período de sondagem, realizei uma pesquisa entre os alunos, para descobrir sobre coisas que eles se interessavam em aprender. Naturalmente, o ler e escrever estiveram à frente dos interesses, além de coisas bem interessantes como dinossauros, círco, animais e mar, futebol e morte, entre outras. É claro que precisei selecionar alguns temas apenas, pela questão do tempo que dispomos para desenvolvê-los e também, para que pudesse entrelaçá-los, optando então por: o nome, números, a morte, a vida no círco, literatura; futebol.

Tenho utilizado a literatura infantil frequentemente, dando atenção a contação e a sistematização do trabalho posterior a ela. Mas não percebo meios de aprofundar estas atividades. Talvez isso seja o suficiente, fazer uma hora do conto planejada e atenta a detalhes, realizar atividades que auxiliem na interpretação do texto e explorar as diversas áreas do conhecimento através desse trabalho, mas me parece que é pouco, que está falho!


Ler histórias para crianças, sempre, sempre... É poder sorrir, rir, gargalhar com as situações vividas pelas personagens, com a idéia do conto ou com o jeito de escrever dum autor e, então, poder ser um pouco cúmplice desse momento de humor, de brincadeira, de divertimento...

É também suscitar o imaginário, e ter a curiosidade respondida em relação a tantas perguntas, e encontrar outras idéias para solucionar questões (como as personagens fizeram...). É uma possibilidade de descobrir o mundo imenso dos conflitos, dos impasses, das soluções que todos vivemos e atravessamos - dum jeito ou de outro – através dos problemas que vão sendo defrontados, enfrentados (ou não), resolvidos(ou não) pelas personagens de cada história (cada uma a seu modo)... É a cada vez ir se identificando com outra personagem(cada qual no momento que corresponde àquele que está sendo vivido pela criança)... E, assim, esclarecer melhor as próprias dificuldades ou encontrar um caminho para a resolução delas... (Abramovich, pag 1).

O futebol, eles se interessam bastante, inclusive as meninas, mas não querem saber da história ou coisa assim, querem saber da bola, dos chutes, do gol e como eles mesmos dizem da “driblinha”. Tenho então, inicialmente realizado atividades físicas e os deixado mais tempo livre com a bola, já que futebol para eles é todo mundo bater na bola ao mesmo tempo e eu mesma não tenho grande conhecimento sobre isso.


Crianças com idades menores podem e deve participar de escolinhas desde que o trabalho realizado desenvolva as habilidades propícias á idade em que se encontram. Pois o futebol é um meio de integração social, proporciona atividades saudáveis ainda mais numa sociedade onde cada vez mais encontramos precocemente o sedentarismo. As atividades que visam à integração, o prazer pelo jogo, as não exigências de regras rígidas e a possibilidade do aumento do vocabulário motor, não são prejudiciais e ajudam na formação destas crianças.( Francke, Nº 131 - Abril de 2009).

A vida no círco, não exploramos ainda, mas temos um passeio marcado e uma entrevistas com artistas e o dono do círco.

O nome e os números, tem se desenvolvido dia-a-dia, em atividades variadas e basicamente tenho conseguido, através dos trabalhos sobre a família, eu, etc; manter um bom diálogo entre o português, a matemática, estudos sociais e ciências.


Atendendo as crianças em seus desejos e necessidades, a Educação Infantil deve ter como eixos prioritários à curiosidade, a ludicidade, a fantasia e a imaginação, em todas as suas formas e infinitas possibilidades de expressão e linguagem. Deve ampliar os conhecimentos das crianças em relação a si mesmas e os fatos e fenômenos que as rodeiam; estimular a construção de sua autonomia e reforçar sua auto-estima e confiança nas suas possibilidades de aprender, bem como, coordenar sua inserção nos diferentes campos do conhecimento (Língua Portuguesa, Matemática, Artes, Ciências Naturais e Sociais), de modo a auxiliá-la a entender-se na multiplicidade e complexidade de que é feita. Tais áreas do conhecimento não devem, porém, ser trabalhadas como disciplinas, mas sim como conteúdos que emergem do cotidiano das crianças. (Figueiredo, pag14).

Sei que o propósito das postagens no portfólio de aprendizagem, é principalmente debater nossas questões discentes, mas não consigo desvincular minhas aprendizagens e minhas dúvidas neste momento, de minha sala de aula, pois é lá que tenho percebido muito mais dúvidas que certezas.

Com crianças pequenas, como superear o imediatismo e a ansiedade; como prolongar de forma qualitativa a atenção e o interesse pela pesquisa; como oportunizar um ambiente tranquilo e propicio as aprendizagens, através de multiplas formas de linguagem, respeitando o desenvolvimento dos alunos, sem descuidar das diversas áreas do conhecimento?


... Nessa pedagogia, o desafio máximo de produção de articulações-relações colocado ao professores reduz-se a calcular o número de atividades e vivências da lista com os dias letivos que se tem pela frente, para distribuí-las de modo que se chegue ao fim da lista ao mesmo tempo em que se encerra o ano letivo. Cada dia começa, se desenvolve e termina em si mesmo; não é articulado-relacionado-problematizado com os anteriores e com os seguintes. Importante é passar pelas atividades e vivências e, ao final do dia, ter o prazer de olhar para a lista e escrever ao lado das atividades e vivências selecionadas para aquele dia: "Já desenvolvido!”. A sensação do dever cumprido resume-se a esse funcionamento da professora ou professor. Mas e o trabalho de significação da experiência de passar por estas atividades e vivências, como fica? Como e quando é feito? Por que não é feito? (Figueiredo, pag3).

Talvez eu não tenha achado o caminho certo, talvez apenas esteja sendo muito rigorosa com meu trabalho, talvez eu esteja sobregaregando meus alunos, por conta de algo que é meu ( o estágio) mas neste momento, só posso parafrasear Sócrates e dizer...

“Só sei que nada sei!”



REFERÊNCIAS:




  • ABRAMOVICH, F. Literatura infantil: gostosuras e bobices. 5.ed. São Paulo : Scipione, 1995.

Um comentário:

Catia Zílio disse...

Olá Salete!
Concordo contigo na dificuldade e quase impossibilidade de separar as aprendizagens relacioandas à nossa formação do local onde elas são materializadas, isto é, da sala de aula. Contudo é importante que procures sintetizar mais teus registros, de forma a dar mais destaque às tuas aprendizagens. Minha impressão como leitora de teu blog-portfólio é que poderias ter deixado de fora a descrição detalhada sobre os temas desenvolvidos com teus alunos, pois a parte final desta tua postagem evidencia tua preocupação com as aprendizagens de tuas crianças e também com as tuas. Também é importante que as citações apresentadas estejam relacionadas com tua escrita e me parece que a última citação está 'descolada' de a tua escrita.
Assim, como já te escrevi noutros momentos, aprendemos muito mais com as dúvidas do que com as certezas.
Sigas em frente, buscando qualificar cada vez mais tua prática, apesar das dificuldades.
Abraços, Cátia