sexta-feira, 8 de maio de 2009

PAS, UM BOM CAMINHO

Nossa caminhada em relação aos Projetos de Aprendizagem tem sido feita com muitas dificuldades, desafios e principalmente descobertas. Na maioria das vezes se torna difícil para nós do PEAD, que estamos no olho do furacão, percebermos que as aprendizagens estão realmente surgindo, pois a dúvida é um sentimento constante em nossa trajetória.
Mas pensando nos PAs como uma proposta metodológica que possibilita aos alunos construírem seus conhecimentos através da desestruturação e reestruturação de argumentos e hipóteses que vão sendo formuladas e reformuladas a partir de questionamentos, interações e muito desequilíbrio, acredito que estamos sim no caminho certo.
Esta liberdade e flexibilidade na escolha de temas e na condução das pesquisas promovem a autonomia individual, além de um fortalecimento do espírito de grupo, que se forma a partir de interesses e curiosidades comuns e nos obriga a um confronto de idéias. Toda esta ação educacional, com certeza, não é algo fácil de trabalhar, até por que não faz parte da formação da maioria das pessoas e por tanto, temos que modificar algo muito impregnado em nós, que é o conceito de professor transmissor de conhecimento.
Este novo papel de professor mediador, para a Salete professora, não é difícil de compreender, estando disposta a trabalhar cada vez mais para me aperfeiçoar. Porém, quando a Salete aluna entra em cena, a coisa fica muito mais complicada, já que a insegurança, a necessidade de resultados imediatos, o costume de receber e não de dar as informações no ambiente escolar, faz com que o desespero e medo dos resultados nos façam muitas vezes clamar pelo velho modelo educacional.
Mas não há como negar, que os projetos de aprendizagem, proporcionam uma ação reflexiva que jamais será alcançada através das cópias e decorebas tradicionais e nos ajudam a transformar não só a nossa realidade educacional, mas a de nossos alunos nesta constante busca por autonomia e cidadania, pois a educação escolar não deve ser para a escola e sim para a vida.

Um comentário:

Catia Zílio disse...

Olá Salete!
Esta tua reflexão remete a questão de que a mudança não acontece em apenas em um dos lados, ou seja não é só a postura do professor que precisa ser transfomada, mas também as alunas e alunos não precisam assumir outra postura.
Teu relato me fez recordar uma de minhas turmas na EJA que fazia muitas cobranças em relação a falta de conteúdo para copiar do quadro. Para eles, aprender e copiar eram sinônimos, portanto não ter um caderno cheio de textos copiados do quadro-negro representava não aprender.
Assim, te provoco a continuar pensando sobre a relação:
* Salete professora X Salete aluna;
E a partir dela na relação:
* Salete professora X seus alunos

Segundo Marco Silva:
"o professor modifica sua ação modificando seu modo de comunicar em sala de aula. (...)De mero transmissor de saberes, parceiro ou conselheiro, ele se torna um formulador de problemas, provocador de situações, arquiteto de percursos, enfim, agenciador da construção do conhecimento na experiência viva da sala de aula." (SILVA, 2005, p.199. Disponível em: http://peadsaoleopoldo.pbworks.com/f/Docencia_interativa.pdf)
Sei que a correria é grande, mas quando tiver um tempinho sugiro a leitura deste texto.
Abraços, Cátia