sexta-feira, 8 de maio de 2009

EPISTEMOLOGIA GENÉTICA... ESSE BICHO SE COME?

Durante muitos anos de minha vida tive grandes dúvidas do que realmente se tratava a palavra “CONSTRUTIVISMO”. Durante todo meu magistério, fui orientada a trabalhar com o construtivismo, mas essa orientação era muito desorientadora, pois, davam – nos exemplos, hoje percebo que na maioria medíocres, de como seguir “o método construtivista”.
As dúvidas, que não eram poucas, perduraram até o primeiro semestre do PEAD, quando tive o primeiro contato imediato com a EPISTEMOLOGIA GENÉTICA, não só especificamente nas aulas de psicologia I, mas principalmente por um seminário ocorrido na FACED, que propunha um “diálogo entre Piaget e Vygotsky”. Que coisa interessante!!
Piaget eu até conhecia! Todo mundo já ouviu falar dos estádios do desenvolvimento, por mais superficial que seja essa informação, mas Vygotsky, isso sim era uma novidade!
Mas vejam que meu movimento em fazer este seminário foi sugestionado apenas pela dica de nossa professora e pela necessidade de acumular horas de cursos, já que este se deu bem no inicio do semestre, quando se iniciavam as falas sobre epistemologia genética, que para mim ainda não tinham nenhuma ligação com o construtivismo.
Este seminário e as aulas do PEAD que se seguiram é que realmente conseguiram me orientar em coisas básicas com saber o que é construtivismo, além de tomar consciência do tanto de bobagens que ouvi e falei sobre o assunto.

“Construtivismo é, portanto, uma idéia; melhor, uma teoria, um modo de ser do conhecimento ou um movimento do pensamento que emerge do avanço das ciências e da Filosofia dos últimos séculos. Uma teoria que nos permite interpretar o mundo em que vivemos. No caso de PIAGET, o mundo do conhecimento: sua gênese e seu desenvolvimento. Construtivismo não é uma prática ou um método; não é uma técnica de ensino nem uma forma de aprendizagem; não é um projeto escolar; é, sim, uma teoria que permite (re)interpretar todas essas coisas, jogando-nos para dentro do movimento da História - da Humanidade e do Universo. Não se pode esquecer que, em PIAGET, aprendizagem só tem sentido na medida em que coincide com o processo de desenvolvimento do conhecimento, com o movimento das estruturas da consciência. Por isso, se parece esquisito dizer que um método é construtivista, dizer que um currículo é construtivista parece mais ainda. (O QUE É CONSTRUTIVISMO?, Fernando Becker)”

Não sei se é um costume natural das pessoas fazer uma grande mistura de “gregre” com “Gregório”, mas o fato é que em educação isso não deveria acontecer, mas infelizmente, em todos os lugares que ando é comum encontrar pessoas fazendo muitas confusões principalmente envolvendo os modelos pedagógicos, epistemológicos, biológico, psicológico e sociológico. Estando claro para mim que todos se interrelacionam, mas é necessário que um pretenso educador seja capaz de conhecer as diferenças ou reconhecer sua necessidade de aprender.

“É O QUE EU ESTOU FAZENDO!”

Um comentário:

Lise Silveira disse...

E é verdade... se fossemos nós que errassemos na construção do conceito "construtivismo", não só se compreende, como se considera necessário para a aprendizagem. Mas o ruim é quando o confundem e fazem com que nos apoiemos em falsas informações. Um abraço, Liseane.