segunda-feira, 12 de julho de 2010

NONA POSTAGEM

Sabe-se que a Matemática faz parte de nossas vidas, estando presente nas diversas atividades que realizamos desde nosso nascimento. Trata-se de algo tão natural quanto respirar, falar, etc; inda que não tenhamos conciencia dessa influência.

Que o desenvolvimento do raciocínio lógico, da criatividade e a capacidade de resolver problemas, são iniciadas muito antes de nossa vida escolar, através de nossas vivências e da superação de limites que vão acontecendo à medida que vamos nos desenvolvendo cognitivamente e fisicamente, desta forma, o ensino formal de matemática, deveria servir como potencializador dessas capacidades.

Na educação infantil, o objetivo do ensino de Matemática também é o de ensinar a resolver problemas através de situações diversas da rotina escolar, nos jogos e brincadeiras, através das histórias e músicas, etc. Não havendo preocupação com o conhecimento formal dos conceitos da matemática, mas a construção de idéias básicas que possibilitem essa aquisição tais como contar, quantificar, estabelecer noções espaciais, etc; ampliando estes, através das interações com o meio e com as outras pessoas, priorizando o avanço do conhecimento das crianças em situações significativas de aprendizagem.

Miguel de Guzmán (1986) valoriza a utilização dos jogos para o ensino da Matemática, sobretudo porque eles não apenas divertem, mas também extrai das atividades materiais suficientes para gerar conhecimento, interessar e fazer com que os estudantes pensem com certa motivação.

Assim como nos demais níveis de ensino, as atitudes dos professores podem influenciar nas atitudes positivas ou negativas de seus alunos, a partir da forma como são motivados, desafiados e avaliados, de como se trata o erro e como se fazem as interações com o grupo.

Aiken e Dreger (1961) enfatizaram que as atitudes dos professores têm grande influência nas atitudes de seus alunos e em seu desempenho; professores impacientes, hostis e que não dominam o conteúdo, podem influir no surgimento de atitudes negativas no educando.

Mas no decorrer de todo o processo de estágio, retomando estudos anteriores, avaliando situações de sala e principalmente pensando nas falas de meu orientador de estágio, fiquei com sérias dúvidas quanto o ensino de matemática na educação infantil, mais específicamente em turmas de jardim, já que mesmo não sendo obrigação primeira, estamos sim a realizar um trabalho de preparação para o ensino fundamental e as crianças vem ao longo do tempo, adaptando-se e intergrando-se a cultura escolar. Desta forma, com as práticas desenvolvidas na educação infantil, não estaríamos distânciando as crianças de uma realidade eminente de educação, com experiências e fazeres completamente diferentes dos que lhes são oferecidos hoje?

Não tenho dúvidas quanto à necessidade de se trabalhar de forma lúdica, concreta, etc. Mas fiquei insegura quanto ao trabalhar apenas desta forma, ser ou não de fato um auxílio a crianças que no próximo ano terão mudança de escola, de colegas, de professores, de nível de ensino, de rotina escolar, de sistema de trabalho e avaliação.

Nós professores da educação infantil, não temos muitas orientações neste sentido, algumas informações são por vezes contraditórias e o ensino de matemática acaba ficando em segundo plano, na maioria das vezes subentendido nas realizações gerais dos professres, mas sabemos que culturalmente, nos demais níveis, a matemática tem um peso que costuma massacrar. Apenas, gostaria de me certificar de que minhas atitudes estão servindo positivamente a meus alunos e alunas.


REFERÊNCIAS:

  • BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Referenciais Curriculares Nacionais de Educação Infantil. vol. 3. Brasília: 1998.
  • BRITO, M. R. F. Um estudo sobre as atitudes em relação à Matemática em estudantes de 1º e 2º graus. Trabalho de Livre docência. Faculdade de educação - UNICAMP. Campinas: 1996.








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