segunda-feira, 22 de novembro de 2010

1ª OUTUBRO – 4º SEMESTRE

ESTUDOS SOCIAIS


Em nosso quarto semestre todas as disciplinas desenvolvidas tiveram grande aproveitamento em minha prática profissional, por tratarem de aprendizagens muito importantes em todos os níveis de ensino, principalmente na educação infantil, com a qual trabalho. Mas entre ciências, matemática e estudos sociais, optei pela última, por ter um entendimento de que através dela, podemos desenvolver todas as outras e por considerar que muitas vezes é uma disciplina que não recebe a devida valorização e cuidado nos planejamentos e práticas de sala.

O trabalho com os conhecimentos derivados das Ciências Humanas e Naturais deve ser voltado para a ampliação das experiências das crianças e para a construção de conhecimentos diversificados sobre o meio social e natural. Nesse sentido, refere-se à pluralidade de fenômenos e acontecimentos — físicos, biológicos, geográficos, históricos e

Culturais —, ao conhecimento da diversidade de formas de explicar e representar o mundo, ao contato com as explicações científicas e à possibilidade de conhecer e construir novas formas de pensar sobre os eventos que as cercam.

É importante que as crianças tenham contato com diferentes elementos, fenômenos e acontecimentos do mundo, sejam instigadas por questões significativas para observá-los e explicá-los e tenham acesso a modos variados de compreendê-los e representá-los. Os conhecimentos socialmente difundidos e as culturas dos diversos povos do

presente e de outras épocas apresentam diferentes respostas para as perguntas sobre o mundo social e natural.(BRASIL, 1998, p. 166)

Não é incomum observarmos nas descrições de atividades dedicadas ao eixo natureza e sociedade, uma grande gama de ações vinculadas a ciências naturais, como estudo da fauna e flora, alimentos, água, higiene, etc. E no que se referem às ciências humanas, geralmente são reduzidas ao “eu”, “família” e “escola”. É claro que todos estes temas são pertinentes ao currículo da educação infantil, mas a questão é do quão rasas se tornam as abordagens em relação a importância que o tema tem para o desenvolvimento social, cognitivo e afetivo das crianças, em especial, na idade em que estão se formando as relações de afetividade, sociabilidade, linguagem , de moral, as noções de tempo, espaço, pertencimento, identidade e autonomia.


O trabalho com este eixo, portanto, deve propiciar experiências que possibilitem uma aproximação ao conhecimento das diversas formas de representação e explicação do mundo social e natural para que as crianças possam estabelecer progressivamente a diferenciação que existe entre mitos, lendas, explicações provenientes do “senso comum” e conhecimentos científicos. (BRASIL, 1998, p. 167)


Por outro lado, o professor deve ter consciência de que seu trabalho deve ser planejado sob um olhar firme nos aspectos de idade do aluno, contextualizadas com a realidade da criança, sem que isso engesse possibilidades de ampliação das propostas, mas principalmente, auxiliando a criança a se perceber como sujeito social e histórico.


As crianças refletem e gradativamente tomam consciência do mundo de diferentes maneiras em cada etapa do seu desenvolvimento. As transformações que ocorrem em seu pensamento se dão simultaneamente ao desenvolvimento da linguagem e de suas capacidades de expressão. À medida que crescem se deparam com fenômenos, fatos e objetos do mundo; perguntam, reúnem informações, organizam explicações e arriscam respostas; ocorrem mudanças fundamentais no seu modo de conceber a natureza e a cultura.

Nos primeiros anos de vida, o contato com o mundo permite à criança construir conhecimentos práticos sobre seu entorno, relacionados à sua capacidade de perceber a existência de objetos, seres, formas, cores, sons, odores, de movimentar-se nos espaços e de manipular os objetos. Experimenta expressar e comunicar seus desejos e emoções, atribuindo as primeiras significações para os elementos do mundo e realizando ações cada vez mais coordenadas e intencionais, em constante interação com outras pessoas com quem compartilha novos conhecimentos. (BRASIL, 1998, p. 169)

Desta forma, acredito que a disciplina de estudos sociais, propiciou a mim não só o entendimento profissional da importância de intencionalidade nos temas abordados, mas uma revisão pessoal enquanto aluna e cidadã, que também recebeu na escola ensinamentos na maioria desconexos e que apresentavam um mundo do qual em muito poucas situações eu me identificava, com personalidades históricas com imagem de heróis, que produziam uma história da humanidade na qual eu e o meu meio social éramos apenas espectadores. Esta visão de mundo e sociedade vai se transformando na medida em que crescemos e aprendemos a ver com maior criticidade os fatos históricos e sociais, porém, seria muito melhor conhecer a nossa história de forma clara e verdadeira, desde cedo.



BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. 3v.: il.

BERGAMASCHI, Maria Aparecida. Do acaso à intenção em Estudos Sociais.

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