terça-feira, 23 de novembro de 2010

2ª OUTUBRO – 5º SEMESTRE

PSICOLOGIA DA VIDA ADULTA

O universo escolar para o qual, nós professores, dedicamos grande parte de nossa vida está sempre muito voltado para o desenvolvimento, as características, as necessidades, os interesses e muitos outros aspectos da vida infantil. No entanto, a escola não é apenas seu grupo discente. E não é apenas sobre ele que devemos lançar olhar nas tomadas de decisão, organização, planejamentos, etc.

Prova simples deste destempero educacional, é o caso da Educação de jovens e adultos, onde se quer está falando-se do grupo profissional, mas que da mesma forma as especificidades adultas são desconsideradas, já que vemos com grande freqüência, estrutura, materiais, recursos e profissionais, sendo reaproveitados do ensino para crianças.

Para a presente discussão, o aspecto específico dessa ampla questão que se destaca é como a situação de exclusão contribui para delinear a especificidade dos jovens e adultos como sujeitos de aprendizagem. Um primeiro ponto a ser mencionado aqui é a adequação da escola para um grupo que

não é o “alvo original” da instituição. Currículos, programas, métodos de ensino foram originalmente concebidos para crianças e adolescentes que percorreriam o caminho da escolaridade de forma regular. (OLIVEIRA, 1999, p. 61)

Observar como, em linhas gerais, damos pouca atenção a nossa própria vida de adultos, me fez escolher esta disciplina para maior reflexão.

Segundo Santos e Antunes (2007, p.149):

A vida adulta constitui-se na fase mais ativa e longa dentro da sociedade. O ser humano adulto vivencia em suas próprias situações de vida, características que lhe são particulares. A grande maioria produz e trabalha; do trabalho vive e dele sobrevive, em qualquer circunstância de realidade social, econômica e cultural. Estudar e entender a adultez é conhecer e perceber o que a sociedade busca em termos de futuro, e qual ideário social está construindo.

A vida adulta é muito atribulada, temos pouco tempo para pensar, precisamos a todo o momento agir, produzir, prestar contas. É exatamente por isso, que nesta fase alguns transtornos são comuns, tais como Stress, depressão, síndrome do pânico, TPM, entre tantos outros. Dando amostras de que o futuro provável pelos adultos de hoje, nisso incluo-me, certamente não será o que se deseja, a menos que algumas atitudes sejam tomadas, não apenas no âmbito individual, mas também como uma preocupação das políticas públicas, já que o Brasil caminha a passos largos para uma população de maioria adulta.

"Mantidas as condições atuais de fecundidade, de mortalidade e de movimento migratório [estrangeiros vindo morar no Brasil e de brasileiros saindo do país], o Brasil será um país adulto e maduro em 2040, quando a proporção da população envelhecida será muito elevada".

Embora o Brasil seja um país jovem, o Censo 2010 está mostrando que, nos últimos dez anos, o topo da pirâmide etária está se alargando. Entre 2000 e 2010 diminui de 65% para 58% o percentual de pessoas com até 34 anos. Entre os mais novos (com até 4 anos de idade) o índice caiu de 9,64% para 7,17%. Já no segmento dos mais velhos, brasileiros com 100 anos ou mais, o percentual não variou (0,01%), mas em números absolutos, a população idosa passou de 14 mil para 17 mil pessoas. (...) (Fonte IBGE, 2010)

Poucos pesquisas são realizadas a respeito do desenvolvimento na fase adulta, Erik Erikson, apresentou sua teoria das 8 idades do homem, onde 5 delas, estão dentro do que pode-se considerar não crianças. Inclui-se nelas a adolescência, que embora seja uma fase não totalmente adulta, sabemos que tanto por fatores biológicos, psicológicos e sociais, devem ser pensadas de forma diferente da infantil, já que muitos adolescentes buscam a entrada no mercado de trabalho, iniciam uma vida sexual, assumem compromissos com família, etc.

As pressões sociais e financeiras, a necessidade de estabilidade, os desafios com a educação dos filhos, a vida conjugal ou os dramas de separações são cargas muito pesadas para uma época da vida em que tendemos naturalmente agir só, mesmo estando acompanhados. Principalmente quando se fala de uma adulta mulher, onde as tarefas domésticas e profissionais geralmente se cruzam, por força de uma cultura machista, deixando que o romance, a satisfação pessoal e sexual, os cuidados pessoas, sedam espaço para o peso cotidiano que nos engole.

Pensar nesta situação, é pensar em minhas 60h de trabalho semanais, minha jornada como aluna, esposa, mãe e analisar o quanto de tudo isso esta me trazendo benefícios, rever minhas necessidades e planejar para um futuro próximo mais qualidade de vida.

REFERÊNCIAS:

OLIVEIRA, Marta Kohl de. (1999) Jovens e Adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Faculdade de Educação- USP

REVISTA ON LINE ACESSE PIAUÍ : http://www.acessepiaui.com.br/geral/brasil-ser-um-pa-s-adulto-e-maduro-diz-presidente-do-ibge/15619.html

SANTOS, Bettina Steren dos Santos e ANTUNES, Denise Dalpiaz. Vida adulta, processos motivacionais e diversidade. Porto Alegre/RS, ano XXX, n. 1 (61), p. 149-164, jan./abr. 2007

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